Adoro tudo o que as pessoas gostam
tenho comigo cábulas - impressões em cloro
de todas as articulações que no ar baloiçam
em tons vivos perpetuadas num limbo inodoro
no histórico museu de sons
tenho registo directo de todos os barulhos
e murmúrios do tempo em miniatura
do que eu gosto na verdade
(gestos mergulhados na areia
podando os descontínuos movimentos
suspensos no tronco de um velho pinheiro louco)
espero de imediato causar desânimo aos adeptos impávidos
sou de antemão fanático
dos meus fãs fantásticos
22.08.03
Adão Quadé
Estefânia, casa do Tote
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Impressões em cloro
Publicada por Ndongle Akudeta à(s) quinta-feira, dezembro 22, 2005
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4 comentários:
Ola, Adao!
Ao som dos dondons, aos toques das maos de calos dos “djidius” vamos “djambadoando” ate que a noite findar e raiar a madrugada. E p’ra “djambadoar” mesmo!!! Sinceramente, homens-rapazes estamos no caminho certo.
Olha, nao como mas perdi o seu e-mail. Envie-me o, ok?
Ate breve
manelin2@yahoo.com
A sua arte de escrever, tem sido uma referência, para esta nova geração. Encorrajo-te pessoalmente a continuares, pois tens talento.
Abraços
Na veradade, nunca pensei que alguém tivesse a ousadia de comentar este poema que, sendo contra qualquer corrente escolástica, tivesse alguma repercussão no auditório público em que se discute questões mais pertinentes. Poesia é antes de mais ofício de alguém que se abstrai de quotidiano tentando forjar na sua oficina "a perfeição das coisas" impossíveis. Contudo, o poeta quer chamar a atenção do público para partilhar, juntamente com ele, o desafio que o destino fez dele o paladino , o mensageiro, o "troubadour", o "griot", o mestre de "dondon", no seu ofício de "djambadoar". Embora a noite ainda estevesse a cotejar a maravilha das aventuras que o dia armou "complot" contra as constelações e ao espectáculo da madrugada. Um abraço do tchintchor, mantenhas do pirilampo, e saudades de jagudi, na emancipação da borboleta!
Doravante, passarei a coleccionar no meu ateliê quadros deste calibre, com gabarito de imitar premedidatamente as premonições da orvalhada, antes do tossir do tambor. Camaradas está na hora de Djambadon!
Ndongle Akudeta
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