sexta-feira, dezembro 30, 2005

oiço o teu palpitar

oiço o teu palpitar
a baloiçar na corda bamba
de uma promessa falhada

afogando o tempo no contratempo
o fio de prumo converge os pontos
em linhas curvas do desencontro

a luz do teu transpirar quente
revela a tortura de um gemido obscuro
rangendo as grades em mármores
feito de lama ebanal do teu peito sem jeito

água do copo entornado
nunca mata a sede ao corpo
mas o cântaro que vai a fonte
um dia até lá se encontra o amparo

A.Quade
30.08.2003

Sem comentários: