sábado, novembro 19, 2005

PESTICIDA

Há macacos velhos disfarçados em kankurang
Empoleirados no pé-de-mango-fernandinho
Na casa que viu a enterrar o meu bico de concha
Vi finados fazendo de fanados prostrados
Na batente da porta e na esteira onde eu me repouso

Estas movimentações precipitadas nas ruas da cidade
Não sei se alguém tombou no palácio de epidemia de dengue
E eu sinto-me isolado na morgue apaixonado por uma morta
Suicida-se diariamente por falácia da vida e cheiramos a sangue
(14.04.03)

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