Estou encharcado
aqui neste pântano
condenado
ao afogamento
pelo destino fatal
coração dilacerado
em corte visceral
sonho distante
corpo separado
d'alma
não por vanglória
razão desfraldada
sorrio e no ar
ofusca-se o ébano
canto em voz alta
para testemunhar
o silêncio do rouxinol
no pinheiro
cheiro à náusea
de tanto palpitar
vou beber água
na fonte dos amores
em cada momento que
olhando ao espelho
te perco de vista
e o peito recarrega-se
da mancha da tua flecha
espetada certeira
à custa do fardo
que o fado ditou
no cerne da arvore
da paixão
no museu
do coração
mumificado
a minha alma
jaz em dinossauro
espero uma justa
encarnação
esfinge com tronco
de centauro
segunda-feira, novembro 21, 2005
No Museu do Coração
Publicada por Ndongle Akudeta à(s) segunda-feira, novembro 21, 2005
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