quinta-feira, abril 13, 2006

Uirtute


a vida é perfume sem cor
cheiro em ciúmes com o odor
construir castelo na areia da praia
é sol de pouca dura

primavera ainda não conseguiu vencer o inverno
estamos a alimentar o tubarão
na agua onde nadamos
que um dia há-de nos engolir a todos

cá por este lado há harmonia
estou on-line nesta nave do transcendente
o espaço é espaçoso para negociar a paz
vê-se nesta nave cores de todo o mundo
a bola afinal é redonda por aparência
dá ânsia de poupar aqui urnas aqui atrás
onde pausadamente o corpo se jaz

fio da alma atada em nós de bamba apodrecida
sarampo no meio da neve é adiar o esquiar
e o inverno toma textura da sua própria manta
arrepia o sol a lua acende a lanterna
vagueia na nuvem rebanho de carneiros
aquela escada equinocial ares amotinados
regressam alegremente enlutados de branco
da fúnebre missa do tempo sepultado sem campa

evocamos o requiem para o repouso dos infiéis
pois abastados os famintos - farinha do mesmo saco
cabemos todos na Arca da despersonalização
absorvida em alameda de flores ...

tenho agora uma nova atitude para com a comunidade
um recipiente onde não cabem todas as virtudes
sou rebelde não por natureza mas ante a sociedade
carrego a bandeira com cores contra tudo
até à lassitude que opera nas entranhas da juventude


3:25 20-02-2003

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