Municiar o alto da alma
Com bombas crepitantes de ar
Gritar na surdez com tanta calma
Na tentativa de um homérico assalto
A muralha das palavras
Camuflar no fio de cabelo
O contingente do verbo
(Léguas ainda há de lavrar !)
Com engenhos luminosos do acervo
Tonificado com sons do silêncio
Pois a frente do combate
É um emaranhando de escuridão
Bolsas de rimas a desmantelar
E transportar às costas
Os versos com pernas feridas
Marcha triunfal com polegar
Bailamos enquanto dissolve a chama
Comprimida em luar efervescente
Chove canção alada estilhaçada
Desabrocha a flor no peito
Untamos com o pó das sílabas
Do vento a assobiar de lente
E aquecemos o sangue exangue
Com o néctar da madrugada em lavas
Embriagada com suor vacilante
da noite desnorteada vigilante
Em honra das vozes suicidas
18-03-2003 2:17:15
Adão Quadé
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