quarta-feira, agosto 01, 2018

Menina do fim do Mundo



Menina do Fim do Mundo
de olhos castanhos e profundos
gatos no telhado embriagados
celebram em serenatas a tua beleza

Rouxinóis no pinheiro de madrugada

cantam a nobreza da tua feição
a natureza te concebeu imitando
o carvão da lenha queimada em Geta

A escrita do teu corpo - meta da ficção

andar senhorial seleccionando a terra
a sinfonia do teu calcanhar - 
a magia da tracção a romper
o ventre ferraz do solo

Campas de ervas mortas

as minhocas veneram a tua moleza
tchintchor na tribuna: - seca era!

Menina do fim do mundo de olhos

castanhos cântaros de água doce
rendido em gleba brota em mim
rosas vermelhas e em fevereiro
faço anos e acordo no teu jardim
na esquina da rua catorze creio

para que tu me acolhas no teu bouquet

para que ao entardecer o aroma que murcha
entre as corolas de malmequer e jasmim
espraie no teu sonho o limbo
do meu suspirar vetusto
no São-Valentim ao longo da soirée

Adão Quadé 27.04.05

2 comentários:

allende samori fernandes quadé disse...

A menina do fim de mundo
guardada dentro dum coração
com sentimentos de fidalgo de Pelundo.

Unknown disse...

Força meu tutor!