Menina do Fim do Mundo
de olhos castanhos e profundos
gatos no telhado embriagados
celebram em serenatas a tua beleza
Rouxinóis no pinheiro de madrugada
cantam a nobreza da tua feição
a natureza te concebeu imitando
o carvão da lenha queimada em Geta
A escrita do teu corpo - meta da ficção
andar senhorial seleccionando a terra
a sinfonia do teu calcanhar -
a magia da tracção a romper
o ventre ferraz do solo
Campas de ervas mortas
as minhocas veneram a tua moleza
tchintchor na tribuna: - seca era!
Menina do fim do mundo de olhos
castanhos cântaros de água doce
rendido em gleba brota em mim
rosas vermelhas e em fevereiro
faço anos e acordo no teu jardim
na esquina da rua catorze creio
para que tu me acolhas no teu bouquet
para que ao entardecer o aroma que murcha
entre as corolas de malmequer e jasmim
espraie no teu sonho o limbo
do meu suspirar vetusto
no São-Valentim ao longo da soirée
Adão Quadé 27.04.05
2 comentários:
A menina do fim de mundo
guardada dentro dum coração
com sentimentos de fidalgo de Pelundo.
Força meu tutor!
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