05:38 28-01-2003
perder sono para produzir
algo de rentável é salutar
levantar cedo para ganhar o dia
(é) correr de um lado para outro em espiral
preso entre sorrisos de semáforos da via
o meu vício não tem alimento nem acalento
gritar socorro à ambulância que passa
socorro sempre em coro só um soro
rouco um suco de coco guarda as moedas
já nem sequer o tempo se nos espera
um café cheio para alçar fé creio
mereço algo que estimule esta vaidade
padeço de epidemia da assiduidade
prostração da congestão temporal
despertador frustrado coma do sino
o galo agora só canta ao vespertino
sol a esfregar calcanhar no penedo
perdeu o fery-boat do ocaso
ziguezague precipitada da maré
inverno bateu recorde positivo
vai-se ao enterrar o poeta
sem caixão nem distintivo
Adão Quadé
quarta-feira, setembro 06, 2006
Labutare
Publicada por Ndongle Akudeta à(s) quarta-feira, setembro 06, 2006
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