quarta-feira, setembro 06, 2006

Labutare


05:38 28-01-2003

perder sono para produzir
algo de rentável é salutar
levantar cedo para ganhar o dia
(é) correr de um lado para outro em espiral

preso entre sorrisos de semáforos da via
o meu vício não tem alimento nem acalento
gritar socorro à ambulância que passa
socorro sempre em coro só um soro
rouco um suco de coco guarda as moedas

já nem sequer o tempo se nos espera
um café cheio para alçar fé creio
mereço algo que estimule esta vaidade
padeço de epidemia da assiduidade
prostração da congestão temporal

despertador frustrado coma do sino
o galo agora só canta ao vespertino
sol a esfregar calcanhar no penedo
perdeu o fery-boat do ocaso

ziguezague precipitada da maré
inverno bateu recorde positivo
vai-se ao enterrar o poeta
sem caixão nem distintivo

Adão Quadé

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