(visão on-line do agradecimento)
From:Ndongle Akudeta Fri, 28 Nov 2003 17:36:35
Se um dia por descuido do tempo...
(nesta saga doentia de ceifar trigo
com a foice da colheita na época seca)
poesia feita foice lavro a terra —
alameda de versos
Como sou tão aéreo quando no espaço
e embalo-me ao encanto do contratempo
Se um dia — batendo a mão no peito —
abordado pela inundação ou avalanche
a chuva feita bambaram na noite iniciática de maio
enche o celeiro do meu pensar. Sou homem do campo
e com lamparam afundo estalactites e murmúrios do nevoeiro
e a cínica noite cobiçando a tapada da minha lavra
Se um dia por negligência tombar
na armadilha hostil de um vizinho
(meus olhos outrora laboratório...)
Se um dia – minha voz a entoar
no sarau dos ventos que se vão embora
quando ainda não é hora por cá fora...
Se um dia...ah!
Este meu devoto sentir patriótico
que se rima com o precipício
se se precipitar na vã direcção
povoada pelas memórias em ruínas
na busca frustrada da chave da civilização
Por eleição a selvajaria
preservando a pura sabedoria
no monocórdico hino
fúnebre que retumba
quando acordado e elevado
no altar aromático
com cheiro do carvão
fundido em cinzas
nestes recantos fatídicos
do amanhecer
liberto dentre o alvoroço
que festeja a morte — tumbas
fortuna tão cobiçado na corte!
Cânticos folclóricos em estandarte hastear
ao cume do monte onde deuses repousam
para luzir a linha viva da comunicação harmoniosa
Na hora de falar mantenhas
(sinos dobrando na capela)
estarei acordado no meio da rua
por onde passam bideiras com cabaças
de leite de vaca dormido e bem freco
ao lado da esquina onde a lua
trespassa a morna esperança
com a nata do seu olhar que lambe
os corações desfalecidos
Recusarei sim que as lágrimas
me apinhem a caixa de correio
se um dia por mero descuido baquear
na escada alva das condolências
sábado, junho 17, 2006
Fala mantenha
Publicada por Ndongle Akudeta à(s) sábado, junho 17, 2006
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