De repente vejo
a morte patenteada
na soleira da porta
caixa de correio
recheada de visões
e alucinações
ininterruptas
sou inabalavel
mente
insubmisso
perante sonhos
sou eternamente rejeitado
na esquina da rua
para além da vida
construo barcos
com o pó de sílabas
para a inauguração
da rota experimental
do acaso
já casei com o tempo
e não peço desculpa ao vento
pelo celibato
(isso sim no papel
concebido por interesses do notário)
não deixo impressões em material nenhum
vou-me embora aconchegado no manto da palavra
e exijo um funeral no pico dorsal do vento maestro
HO Carvalho
27.11.06
00:29
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